Psicóloga Simone Villas Bôas Saraiva

psicóloga, gestalt-terapeuta

CRP 06/177991

Amor tranquilo

Amor tranquilo

Há um senso comum para os desejos em datas especiais. Em aniversários e fechamentos de ciclos, enviamos desejos carregados de boas provisões como saúde, paz, segurança, tranquilidade, felicidade. São mesmo as coisas que queremos para a vida. Mas há uma infinidade de outras coisas importantes também e que devemos desejar com mais frequência, como um amor tranquilo.

E esse, especificamente, é algo difícil até de assumir ter ou querer. Aprendemos muito cedo, seja nas próprias relações ou nos exemplos que nos cercam, que o amor só é possível através da dor, do sofrimento, das diferenças irreconciliáveis, das brigas. Todos nós paramos para assistir vidrados as histórias de amores loucos, possessivos, avassaladores, trágicos. Passamos a acreditar que essa é a receita para uma relação proveitosa, intensa.

Isso aparece até mesmo no processo terapêutico. Apesar do desejo de que uma relação dê certo, há uma certa desconfiança quando as coisas vão bem. Uma sensação estranha de quando não há brigas e conflitos, de quando os objetivos de vida se encontram e o relacionamento trilha um caminho descomplicado.

Parece que não somos treinados para uma relação afetiva que dê certo e sim para o oposto. Se torna até gatilho para ansiedade pensar demais sobre as possibilidades de uma relação. Descreve-se o medo constante do que pode (e provavelmente vai dar) errado e a incerteza de se dará certo. Aposto que tem gente que desiste antes mesmo de começar.

Em resposta a essa tempestade de sentimentos conflitantes, o que busco na psicoterapia é entender de onde esses sentimentos vêm. Somente assim é possível buscar, em conjunto ao consulente, maneiras e possibilidades de aceitar a condição de um amor tranquilo. Para além disso, conseguir aproveitá-lo.

Se vai dar certo ou não, levando em conta as expectativas de futuro de cada um, só o tempo dirá. Hoje o encontro funciona? Hoje, a relação traz conforto e segurança? Sem a pressão do amor romântico nos ombros, porque não precisa durar para sempre, o hoje te deixa feliz? Se sim, é o que importa.

Todos nós merecemos a sorte (e a calma!) de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida.



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Simone Villas Bôas Saraiva

Simone Villas Bôas Saraiva

CRP 06/177991
Psicóloga clínica, gestalt-terapeuta, especialista em gênero e sexualidade. Psicoterapeuta com experiência clínica com demandas de estresse, ansiedade e depressão.


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