Uma das principais ferramentas no processo terapêutico é a autocompaixão, principalmente porque há essa grande crença na contemporaneidade de que é necessário se manter sempre performando ao máximo, entregando mais, adotando o pensamento positivo para se manter em um ritmo acelerado a qualquer custo, sem se dar conta dos próprios limites.
Essa pressão, que pode vir do ambiente ou ser introjetada a partir da concepção do eu-ideal, que é inalcançável, nos faz buscar por formas de conquistar uma vida mais disciplinada e produtiva que nem sempre condiz com as possibilidades e pode causar adoecimento. O corpo fala quando ultrapassamos nosso próprio limite.
As doenças psicossomáticas partem dessa externalização das emoções que não são acolhidas e podem se manifestar como sintomas e doenças físicas, que marcam no corpo o que clama por atenção. Quando não tratadas, podem gerar consequências e impactos em todas as esferas da vida, causando desequilíbrios, em um ciclo vicioso de autocrítica e frustração.
Permitir-se autocompaixão é poder ser gentil consigo mesmo, respeitar o próprio tempo, respirar com calma e observar com honestidade os próprios sentimentos, buscando equilíbrio entre o que precisa ser feito, o que se quer fazer e os limites do próprio corpo.
É do autoconhecimento sem julgamentos que nasce a possibilidade de mudança, porque nos tornamos mais abertos ao que virá, com consciência das próprias possibilidades, defeitos e limitações, entendendo-se como alguém em construção. Não é um processo fácil, mas fazer as pazes consigo mesmo te ajudará a traçar caminhos mais leves, com decisões mais coerentes e conectadas com os seus objetivos.
Deixe um comentário