A gente cresce e é socializado com essa ideia fixa da impossibilidade de desistir. 

Dos ensinamentos dos mais velhos aos desenhos animados e filmes sobre jornadas de heróis. Aprendemos que é preciso insistir em tudo que é iniciado. É isso que demonstra força de vontade e qualquer ação que pareça com uma desistência acaba soando como fracasso. 

Mesmo na vida adulta, a opção por desistir costuma vir cheia de estigmas e culpa. Isso impede de a ver como ela é: uma escolha. Não necessariamente boa ou ruim. Desistir é um caminho possível para explorar outras oportunidades. Interromper determinados movimentos que custam a saúde e demandam energia. 

Insistir no que não faz mais sentido só para continuar tentando? Para quê sustentar algo que, naquele momento, não serve mais? Além disso, pode impedir acessar outras mil possibilidades possíveis.  

É possível encarar a desistência como a abertura de um leque de opções. Uma mudança de rota que não precisa ser definitiva. Pode ser apenas um ajuste momentâneo. Apenas uma forma de se permitir se reorientar de acordo com os objetivos que estipulou para sua própria vida. 

A reflexão que quero deixar não é sobre desistir de tudo. Há certos momentos que precisamos sim optar pela persistência. Falo aqui sobre escolhas conscientes. Ponderar sobre desistir com leveza, sem sentir culpa e entendê-la como algo viável, potencialmente libertador e humano. 

Desistir é uma escolha, não fácil, mas possível.