Apesar de hoje trabalhar com a Gestalt-terapia, tenho muito carinho e respeito pelo tempo em que estudei Reich e fiz psicanálise reichiana. Um dos conceitos que mais gosto é sobre observar o quanto estou suscetível a tomar uma postura passiva frente a determinadas situações, não reagindo aos estímulos do ambiente de forma satisfatória e engolindo respostas que gostaria de dar. Popularmente conhecemos este posicionamento por “engolir sapos”.
O acúmulo dessas experiências pode ficar marcadas no corpo, o que pode levar a um adoecimento psicossomático. O corpo não só vivencia como processa e guarda as situações. Um processamento não adequado pode se tornar um sintoma físico. Quando não me conscientizo de como lido com o que ocorre na fronteira entre mim e o outro, habituo-me a acumular situações.
É como ficar ruminando tudo que deveria ter sido dito e não foi. Nem sempre é possível reagir a uma situação da forma mais satisfatória, ainda mais em situações em que há uma relação de poder hierárquica, onde é preciso “engolir sapos”. No entanto, é importante estar consciente dos sapos que se escolhe engolir. É um primeiro passo em poder lidar de um modo mais satisfatório e singular com este tipo de situação.
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