Já quis fugir da terapia?
Existe um fenômeno que algumas pessoas descrevem como um sentimento de precisar “fugir”, “faltar” ou “não querer ir a terapia” que fala do processo terapêutico em si. A psicoterapia pode fazer emergir emoções que provocam desconforto, mesmo que de maneira inconsciente.
O desconforto pode se manifestar de diversas formas: “tenho preguiça”, “não sei o que falar”, “não tenho dinheiro para terapia”, “preciso fazer essa outra coisa”. Até o atraso pode ser uma manifestação da resistência, uma intencionalidade na fuga do espaço reservado para tratar do que o corpo pede para ser cuidado.
Enquanto gestalt-terapeuta, procuro sempre respeitar estas manifestações. Respeito o desejo de não querer falar sobre certos assuntos, não querer experimentar certas emoções, não se sentir confortável para acessar certos eventos.
Há várias possibilidades que podem fazer emergir a fuga da terapia e o primeiro passo para compreendê-la é criar consciência do que está acontecendo e de como a resistência se manifesta.
Lembro aqui que o processo terapêutico também é uma relação contratual entre terapeuta e consulente. Faz sentido renegociar este contrato de modo que seja justo para ambas as partes. Nesta equação, deve-se considerar a disponibilidade do profissional.
Quer fugir? Leve isso para a terapia. Faço o convite aqui para que investigue sobre o que se sente quando não há vontade de comparecer ao encontro. Exponha suas questões, tire dúvidas e faça novos combinados.
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