No cotidiano, me identifico e sou identificada de diversas formas e de maneira frequente, nas relações com o outro e consigo mesmo. Como estas identidades me afetam?

Em cada ambiente e em cada relação em que você se encontra, onde se reconhece ou é reconhecido pelo Outro, há a construção de identidades. Estas identidades são continuamente transformadas a partir de cada experiência vivida. 

Reconhecer e delinear essas identidades é um movimento possível na terapia desde o contato inicial. A partir de como se identifica, é possível perceber a emersão de certas demandas. A autoidentificação vem pelas palavras, a partir da descrição de quem se é. Mas vem também pelo corpo, pelos significados atribuídos ao sentir, pela maneira de se posicionar no mundo. 

Ao falar de si, pode ser que comece explicando a profissão e o cargo que ocupa no trabalho, o seu papel dentro da família e de outros sistemas ou as dores que o levaram para aquele encontro. Seja lá qual for a escolha, essa autodescrição é algo observado pelo terapeuta. Assume-se que o Gestalt-terapeuta possa olhar para a sua história a partir dos seus parâmetros. Isso deve ser feito sem inferir ou interpretar. Deve-se tratar o fenômeno da autodescrição como ele é ali, naquele instante.

Essa representação de si mesmo não tem como ser uma escultura esculpida em pedra. É como uma fotografia instantânea de quem você é e como se sente no momento presente. Aqui, tratamos as identidades como impermanentes, como todo o resto.