No cotidiano, me identifico e sou identificada de diversas formas e de maneira frequente. Isso ocorre nas relações com o outro e comigo mesma. Como estas identidades me afetam?
Eu, Simone, sou uma mulher cisgênero, de cinquenta e poucos anos, psicóloga, tenho duas cachorras e moro em Pindamonhangaba…
Em cada relação, na qual me reconheço ou sou reconhecida por um Outro, há uma construção de identidades. Estas identidades são continuamente transformadas a partir de cada experiência vivida.
Reconhecer e delinear identidades é um movimento possível na terapia desde o contato inicial. A partir de como se identifica, é possível perceber a emersão de certas demandas. A autoidentificação vem pelas palavras, a partir da descrição de quem se é. Mas vem também pelo corpo, pelos significados atribuídos ao sentir e ao pensar, pela maneira de se posicionar no mundo.
Os parâmetros escolhidos para serem compartilhados na autoidentificação, falam da forma como se vê. Falam de qual lugar acredita ocupar no mundo, como isso é feito e a partir de quais crenças.
Quem sou eu?
Quando pergunto quem é você, é possível que diga sua profissão ou o seu papel dentro da família. Pode ser que também diga como ser diferente de outros se torna uma dor que te leva para aquele encontro. Seja lá qual for a escolha, essa autodescrição é objeto de trabalho na terapia. Assume-se que a Gestalt-terapeuta possa olhar para a sua história a partir dos seus parâmetros. Isso deve ser feito sem inferir ou interpretar. Deve-se tratar o fenômeno da autodescrição como ele é ali, naquele instante.
Essa representação de si mesmo não tem como ser uma escultura esculpida em pedra. É como uma fotografia instantânea de quem você é e como se sente no momento presente. Aqui, tratamos as identidades como impermanentes, como todo o resto.
Deixe um comentário