Desde que chegaram ao país em 2018, as bets experimentam um crescimento constante e expressivo em seu faturamento. Outros jogos de azar promovidos por influenciadores, como o do Tigrinho, também concorrem pela atenção e pela renda do usuário. Estes jogos consomem uma parcela cada vez maior da renda dos brasileiros. Isso leva a preocupações não apenas financeiras, mas também de saúde mental. A popularização dessas atividades traz o aumento dos casos de transtorno de jogo. A procura por tratamento de vício em jogos cresceu 178% de 2022 para 2023, como relata o Nexo Jornal.
Segundo CID 11 e DSM-5, o transtorno é caracterizado como uma recorrência que leva a prejuízos sociais, ocupacionais e financeiros. É considerado uma dependência pelas várias semelhanças com as dependências de substâncias. Essas semelhanças incluem fatores genéticos, epidemiológicos, comorbidades psiquiátricas, psicopatologia e resposta ao tratamento.
Como identificar a dependência?
É importante destacar que nem todas as pessoas que jogam desenvolvem dependência. No entanto, alguns sinais podem servir como alerta para o risco de transtorno de jogo. Perguntas como: “Já tentou parar de jogar, mas sente que não consegue?”, “Costuma pedir dinheiro emprestado e não consegue quitar suas dívidas?”, “Já precisou vender algum bem para continuar jogando ou para pagar dívidas?” e “Esconde o hábito de jogar de seus amigos e familiares?” são indicativos de que algo pode estar errado.
Os danos causados pela dependência do jogo podem afetar não apenas a pessoa envolvida, mas também aqueles ao seu redor. Os relatos incluem sentimento de impotência, além de um aumento de casos de depressão, ansiedade e estresse. O impacto pode levar a uma deterioração da qualidade de vida, tanto do dependente quanto de sua rede de apoio.
O debate em torno da legalização do jogo deve considerar o impacto na saúde mental da população. Se por um lado, é possível arrecadar mais taxando as bets, por outro quem cuida destas famílias?
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