É uma prática comum em psicoterapias sistêmicas o resgate da ancestralidade. Faço uma reflexão sobre uma perspectiva mais ampliada desse conceito, mais integrativa e que reflita a visão gestáltica do mundo.
Meu ponto de partida é: Por que não pensar nesse conceito de modo comunitário? Quando falamos de família, falamos de uma visão individual, do círculo dentro dos muros da própria casa. Proponho uma reconexão com o restante do mundo.
Ancestralidade e comunidade
Quando penso sobre minha ancestralidade, penso em comunidade. Como sou influenciada pelo contexto social e histórico? Será que sou influenciada do mesmo modo pelas pessoas da minha comunidade? Será que quem sou depende também das comunidades às quais pertenciam meus ancestrais?
Isso me dá um sentido mais amplo. Busco uma indicação no qual meu círculo familiar que irá me dar suporte. É toda a minha história enquanto brasileira e portuguesa. São todas as histórias dos meus ancestrais, dos contatos que eles tiveram. É sobre como todas as trocas me enriquecem e o que elas trazem para mim hoje. Todo este caldo de cultura em que estou inserida é importante hoje. Como sou constituída a partir disso?
A reflexão que ofereço sobre o meio em que estamos inseridos. As pessoas ao nosso redor fazem parte de um sistema no qual evoluímos e crescemos. Somos feitos das histórias dos povos que pertencemos. Constituímo-nos no presente e deixamos sementes para a próxima geração e as gerações depois dela.
Te convido a pensar de forma integrada. Não apenas no núcleo familiar e não sob a ótica do perdoar e esquecer a qualquer custo. Assim, questiono quais são as possibilidades para quebrar hábitos e contribuir para que novos padrões. Este é um caminho possível para um melhor convívio no contexto sociopolítico atual.
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