Procuro experienciar também fora do consultório um viver gestáltico. Isso inclui a conexão com algumas músicas (ou pelo menos parte delas).
Um exemplo disso é a “Deixa a vida me levar”, de Zeca Pagodinho, que a maioria de nós já entoou num bar, formatura, casamento ou algum evento por aí. Tem aquele refrão famosíssimo:
“Deixa a vida me levar (vida, leva eu)… Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu”
Hoje, ofereço desse trechinho uma reflexão.
“Deixar a vida me levar” pode ser sobre confiar, entender como me relaciono com o mundo e assimilar que muito pouco está ao meu alcance. Cada pessoa possui seus próprios tempos, movimentos e necessidades. Estamos juntos em um fluxo onde somos um com o universo, um com a natureza, um com o Outro. Responsabilizar-se em excesso pode afetar este fluxo no qual a vida acontece.
Nem sempre o contexto é adequado para o que queremos ou precisamos. Sugiro estar atento para entender o ritmo da dança das oportunidades. Cada pausa e interrupção faz parte do fluir e do tomar fôlego para seguir.
Confio na possibilidade de perceber quais as minhas possibilidades integradas às possibilidades do ambiente. Não em um sentido passivo de só aceitar e agradecer, mas em um movimento ativo de escolha.
E aos trancos e barrancos (porque afinal nasci e moro neste país), lá vou eu: deixa a vida me levar, vida leva eu!
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