Envelhecer é um processo natural. É um bom lembrete da finitude da existência. Com sorte, chegaremos a uma etapa da vida que, como em qualquer outra, exige cuidado com a saúde física e mental.

Muito se questiona em relação ao oferecimento da psicoterapia para a terceira idade. Há uma ideia um tanto generalista de que envelhecer é entrar em uma certa inércia psíquica. Envelhecer não é sinônimo de um esgotamento da plasticidade neuronal. Comemorando hoje o Dia Mundial do Idoso, esse texto é para romper com essa ideia. É necessário o acolhimento desse grupo que sofre pelo apagamento de sua subjetividade no âmbito social.

Ser idoso na atualidade é deparar-se com as mais variadas formas de desamparo. O ritmo apressado e hiperconectado desta sociedade que valoriza o que é novo, tecnológico e que atrela a beleza à juventude. Cria-se um isolamento das gerações anteriores que é nocivo para o bem-estar e qualidade de vida.

Como em qualquer outra idade, envelhecer gera a necessidade de mudanças e adaptações. A psicoterapia pode ser importante para promover o autoconhecimento. Pode auxiliar na compreensão das próprias limitações e abrindo espaço para a busca de possibilidades possíveis.

Cada fase da vida é singular e possui seus próprios desafios e processos. Algumas questões virão a partir da percepção da própria idade e o lugar que essa subjetividade tem no mundo.

Lidar com a proximidade da morte, com as perdas e o isolamento pode trazer dores e traumas. Dores estas que precisam ser acolhidas. Afinal, envelhecer não se trata apenas da passagem do tempo. É uma etapa inerente ao desenvolvimento humano que traz mudanças biológicas, sociais e psíquicas. Todos nós merecemos ser ouvidos e vistos, ainda mais quando se tem tanta história para contar.