Nem todo golpe é tecnológico. Muitos golpes usam engenharia social. Essas são técnicas de manipulação que exploram a confiança, o medo e a pressa. O objetivo é enganar e obter dados pessoais, senhas, dinheiro ou acesso a contas. Ou mesmo vender produtos ou serviços dos quais não se precisa.

Os golpistas se passam por empresas, bancos, colegas de trabalho, serviços de entrega, suporte técnico. Eles usam de todos os recursos para parecerem confiáveis.

Algumas dicas são básicas para evitar cair em golpes de engenharia social:

• Desconfie de urgências:
  Mensagens que pedem ação imediata são tentativas para gerar pânico. Desconfie de “última chance”, “confirme agora” ou “problema grave”. Mensagens assim tentam reduzir o senso crítico pela ansiedade. Sempre busque confirmar a origem da comunicação.
• Nunca forneça senhas ou códigos:
  Nenhuma empresa pede senhas, tokens ou códigos de autenticação por telefone, e-mail ou mensagem. No geral, evite compartilhar informações pessoais, principalmente publicamente em redes sociais.
• Confirme por outro canal:
  Se alguém afirma ser do seu banco, empresa ou serviço, desligue a chamada imediatamente. Entre em contato através dos canais oficiais. Não clique em links enviados por desconhecidos.
• Cuidado com e-mails e mensagens falsas:
  Erros de português, logotipos distorcidos e endereços suspeitos podem ser sinais de fraude. Links encurtados também podem indicar fraude. Esteja atento a clicar em qualquer link ou abrir qualquer arquivo enviado. Além disso, cuidado com solicitações de estornos de PIX.
• Proteja suas redes sociais e aplicativos de mensagens:
  Ative a verificação em duas etapas sempre que possível. Muitos golpes começam com o sequestro de contas do WhatsApp, por exemplo.
• Confiança também se constrói:
  Golpistas podem iniciar conversas longas, parecer gentis e disponíveis. Não crie uma conta ou assine um serviço com contato feito por um terceiro, por melhor que seja a oferta.
• Mantenha seus dispositivos atualizados.

Leia mais no site do Instituto de Defesa dos Consumidores: A era dos golpes.

É possível se defender de golpes através da psicoterapia?

Golpes de engenharia social não são apenas “técnicas” ou “truques” usados por criminosos. Eles exploram nossa forma ansiosa e estressada.

A psicoterapia é também um treino para estar atento à situação presente, ao que se sente e pensa. Esse estado de consciência é fundamental para evitar cair em armadilhas que se aproveitam de distração, pressa ou insegurança.

Por isso, algumas práticas que ajudam a se prevenir:

• Estar presente:
  Antes de agir ou responder a qualquer pedido, respire, olhe seu corpo e suas emoções. A pressa e o medo podem ser sinais de alerta que os golpistas querem ativar para confundir você.
• Uma coisa de cada vez…:
  O desejo de ser multitarefa leva ao estresse e à falta de atenção. Ao atender o telefone ou receber uma mensagem, dedique-se à única tarefa de verificar do que se trata.
• Dialogar com o ambiente:
  Compartilhe dúvidas com pessoas de confiança que estão ao seu alcance. Acreditamos na Gestalt-terapia que a relação com o outro pode ajudar a estar atualizado novas práticas de engenharia social.
• Definir limites:
  Aprender a dizer “não sei”, “vou confirmar”, “não vou passar essa informação”. Este é um exercício de autocuidado e respeito por si mesmo e não somente em casos extremos.

Entendo que este mundo complexo e apressado atrapalha imensamente a prevenção a golpes de engenharia social. Mas talvez seja este mais um convite para exercitar awareness, estar presente nas relações e escolhas mais conscientes. Assim, é possível fortalecer segurança digital, financeira e emocional, tornando-se menos vulnerável às manipulações.