Tem um trabalho que eu gosto de fazer na clínica e aparece muito como demanda que é estabelecer limites. Todos nós precisamos de um certo espaço e um certo tempo para poder viver. Seja para fazer as suas próprias coisas, ter seu próprio cuidado, sair de certos ciclos. Enfim, é preciso se conhecer e estabelecer até onde é possível ir antes de estar disponível. E entende-se estar disponível por estabelecer relação com outras pessoas e para as suas demandas.
Seja no campo profissional, de amizade, familiar ou afetivo, cada pessoa precisa determinar os seus limites. Mesmo que não esteja consciente disso. Estabelecê-los de forma saudável é autocuidado. Deve-se indicar às pessoas que estão ao seu redor o que pode te deixar mal e não fazer sentido.
A gente percebe quando as coisas passam do ponto, quando nosso espaço é invadido. O intuito da terapia deve ser reconhecer esses momentos. Somente assim é possível buscar formas para que os limites sejam estabelecidos e informados para o outro. É sobre encontrar a própria voz e as formas possíveis de deixar claro quais são suas necessidades.
Estabelecer limites pode ser exaustivo
É claro que não é um movimento fácil, torna-se cansativo ter que sempre afirmar quais são as suas linhas. Muita coisa na terapia é cansativa. Significa romper com um padrão de comportamento que, provavelmente, é repetido desde a infância. Ao passar 20 ou 30 anos fazendo do mesmo jeito, fazer diferente é descobrir um músculo novo. Vai doer e ficar machucado quando forçado.
Faz parte da jornada terapêutica se sentir dessa maneira, mas é um movimento recompensador. Os resultados aparecem no fortalecimento de seu próprio suporte. Assim como emergem também na forma de lidar com a reação que pode vir do outro.
Quando definimos e comunicamos claramente os limites há condições para que o outro entenda a mensagem. Cria-se um campo para uma consciência mútua de até que ponto se pode ir dentro da relação. Quais demandas existem? O que pode ser solicitado? Importante é gerar respeito e atenção a pessoa que você é.
Deixe um comentário