Psicóloga Simone Villas Bôas Saraiva

psicóloga, gestalt-terapeuta

CRP 06/177991

Zona de conforto

Zona de conforto

A noção de zona de conforto foi totalmente capturada nos últimos anos pelo senso comum e pelos coachs. O discurso utilizado é de que devemos sair dela a qualquer custo. Dizem que é paralisante, que mina oportunidades e que é fora dela onde a mágica acontece. Somente fora da zona de conforto é possível ser criativo e pensar “fora da caixa”.

Mas isso não é essencialmente verdade. Há situações em que é necessário permanecer nessa tal zona de conforto, porque é necessário usufruir um determinado bem-estar. Em  outros momentos, manter-se nela provoca o sofrimento e a necessidade de se criar possibilidades para sair e adotar novos comportamentos. Enfatizo aqui sobre questionar esse discurso e verificar qual ação é a mais adequada para cada momento: conservar ou crescer

Todo processo de mudança interno começa dentro da zona de conforto. Pode ser a partir de uma pequena ampliação dela, experimentando e conhecendo. Pode ser também pelo desconforto de não querer mais estar preso a certos padrões. Buscar autoconhecimento para entender esse movimento é importante. Só querer buscar cada vez mais coisas abre precedentes para o desenvolvimento de uma insatisfação crônica. 

Todo processo de mudança começa na zona de conforto

A ideia de realizar mudanças radicais de vida e comportamento em poucos meses, com pouco apego ao que se era antes, é uma ilusão de ótica psicológica de uma idealização sobre “grandes viradas”. A intenção pode até ser boa, porque traz uma certa motivação para que haja a tentativa no individual. Porém, no coletivo imaginário, se torna extremamente danoso, porque associa o “não conseguir” ou o “não querer fazer” a um marcador de fracasso.

Seu sucesso não deve ser marcado apenas por ideias de crescimento exponencial. Além disso, conforto não significa fracasso. Quem está consciente das suas próprias necessidades, entende que a vida é fluida. Há momentos nos quais é necessário conservar energia e há outros em que é preciso movimento.

Então, somente por hoje, respeite sua zona de conforto, aprecie-a, a entenda como uma aliada no seu bem-estar.



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Simone Villas Bôas Saraiva

Simone Villas Bôas Saraiva

CRP 06/177991
Psicóloga clínica, gestalt-terapeuta, especialista em gênero e sexualidade. Psicoterapeuta com experiência clínica com demandas de estresse, ansiedade e depressão.


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