Questiona-se cada vez mais os modelos de relacionamentos afetivos. Abrir ou não a relação para outros afetos tem sido uma resposta frequente. Este contrato de relacionamento pode ser nomeado de não monogamia, relacionamento aberto, poliamor, entre outros termos, dependendo do contexto.
A sociedade ocidental é regida por uma entidade religiosa e jurídica nomeada “casal”, formado por um homem e uma mulher. É senso comum que esta é uma simplificação grosseira dos desejos. Por exemplo, a homoafetividade é uma fuga desta cisheteronormatividade. Desejos são disciplinados para encaixar neste modelo, no qual tudo mais é pecado, perversão ou crime. Isso tem um enorme custo para a experiência de cada um neste mundo, mesmo que não consciente.
O amor romântico é um dos formatos mais bem sucedidos de uma disciplina sobre os desejos. Desde sempre, somos educados para encontrar um par ideal, uma parceria para toda a vida. Só que o desejo desponta. Pessoas manifestam ciúmes e insegurança, traem seus parceiros, dissolvem casamentos.
A monogamia é um contrato social, portanto é cultural e arbitrário. Entenda, não significa que não seja um desejo válido. É apenas uma possibilidade dentre outras.
Escuto na clínica regularmente o relato do exercício do amar e desejar sexualmente várias pessoas ao mesmo tempo. No entanto, ainda que não seja uma possibilidade validada social e juridicamente, esta já é uma manifestação cultural recorrente. Atribuo isso à popularização de autoras como Regina Navarro Lins e Geni Núnez, além da discussão em comunidades online.
Desejo e introjeção
Importante mesmo é investigar o próprio desejo. Questione-se! Em que momento da vida você está? O que você quer? Quem você quer que caminhe ao seu lado? Gosto de observar outras possibilidades como a não monogamia para, inclusive, confirmar as minhas. Não, nem todo mundo é não monogâmico. Nem precisa ser. Bom mesmo é se conhecer e se permitir o encontro.
“A possibilidade de alternativa ao sistema monogâmico não passa por flertes ou namoros, mas pela coletivização dos afetos, dos cuidados, dos desejos e das dores.”
Brigitte Vasallo

Enquanto terapeuta, entendo que meu papel não é estabelecer julgamentos ou propor modelos, sejam eles quais forem. Como profissional compromissada com uma psicologia como ciência e profissão, estou apta a compreender e ajudar cada pessoa. A finalidade da psicoterapia é facilitar a identificação e trabalhar o que é necessário para uma autorrealização.
Referências sobre não monogamia
- Descolonizando afetos: Experimentações sobre outras formas de amar, livro de Geni Núñez
- O desafio poliamoroso: por uma nova política dos afetos, livro de Brigite Vasallo
- Os porquês da Não monogamia Política

Estou com horários disponíveis para atendimentos individuais e para casais, além de outros arranjos afetivo-sexuais. Online e presencial em Pindamonhangaba, SP. Além deste tema, tenho experiência em outros ligados a relacionamentos afetivos, gênero e sexualidade.
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